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Deficiência de Recombinação Homóloga (HRD): como pode auxiliar na medicina de precisão?
Equipe Dasa Genômica
17 de julho de 2023
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Diversos tumores apresentam mutações em genes envolvidos no mecanismo de reparo do DNA e essa característica tumoral além de favorecer o desenvolvimento do tumor também influência na resposta a tratamentos específicas contra o câncer.
Identificar mutações de reparo podem auxiliar na escolha de terapias personalizadas e mais eficazes, e recentemente a medicina de precisão conquistou mais um avanço em direção ao cuidado cada vez mais personalizado no país.
Em 5 de maio de 2023, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) emitiu uma resolução normativa que torna obrigatória a cobertura do teste HRD (Deficiência de Recombinação Homóloga) para o diagnóstico de elegibilidade de pacientes para tratamentos específicos.
Essa regulamentação visa garantir que a análise da deficiência de recombinação homóloga, um tipo de mecanismo de reparo do DNA, seja realizada antes do início do tratamento, conforme determinado pelas diretrizes de utilização do medicamento, como os inibidores de PARP.
O que é?
HRD (Deficiência de Recombinação Homóloga) é uma característica tumoral definida pela incapacidade de corrigir corretamente quebras duplas da fita de DNA, ou seja, de realizar o chamado reparo de recombinação homóloga.
O teste HRD analisa uma série de marcadores genéticos que indicam a presença dessas deficiências e ajuda a identificar pacientes que podem se beneficiar de terapias específicas, como inibidores de PARP (poli (ADP-ribose) polimerase).
A enzima PARP atua no mecanismo de reparo do DNA quando há quebra da fita única do DNA e ao inibir sua atividade, torna as células de tumores deficientes para reparo ainda mais incapazes de reparar o DNA danificado. Quando se inibe a PARP em um tumor com HRD, o efeito se soma, resultando em um acúmulo de danos no DNA incompatíveis com a sobrevivência celular levando a célula tumoral à morte.
Para quem?
O teste HRD atualmente só está validado para tomada de conduta em pacientes com câncer de ovário, trompa uterina e peritônio de alto grau. Auxilia na identificação de alterações genéticas que revelem deficiências no reparo de recombinação homóloga do DNA e, consequentemente, sensibilidade a tratamentos específicos para esses tipos de tumores.
Técnica
O teste de HRD utiliza tecnologias de sequenciamento do DNA de última geração, técnica que permite determinar a ordem precisa dos nucleotídeos na cadeia de DNA. Com essa técnica é possível identificar a composição genética da amostra tumoral e identificar mutações.
O teste avalia variantes de nucleotídeos única (SNVs), pequenas inserções e deleções (InDels) e variação no número de cópias (CNVs) dos genes envolvidos no reparo de recombinação homóloga como BRCA1, BRCA2, ATM, RAD51C, RAD51D, TP53, entre outros. Além do sequenciamento de baixa profundidade do genoma completo para análise de instabilidade genômica.
Em conclusão, o teste HRD representa um avanço significativo na medicina de precisão, oferecendo uma abordagem personalizada no tratamento do câncer. A inclusão do teste como exame de cobertura obrigatória pela ANS demonstra o reconhecimento da importância dessa abordagem no cuidado com os pacientes.
A Dasa Genômica oferece o Painel NGS recombinação homóloga e instabilidade genômica (HRD) que tem contribuído na seleção de tratamentos mais direcionados, melhorando os resultados para os pacientes com câncer. Caso queira saber mais sobre esse teste genético, entre em contato com a nossa equipe.
REFERÊNCIAS:
- Sophia Genetics. Disponível em: https://www.sophiagenetics.com/clinical/oncology/solid-tumors/homologous-recombination-deficiency-solutions/. Acesso em: 17 de maio de 2023.
- Dasa Genômica. “HRD: Uma ferramenta essencial no estudo de genômica.” Disponível em: https://www.dasagenomica.com/blog/hrd/. Acesso em: 21 de maio de 2023.
- PUJADE-LAURAINE, E. et al. 201 Homologous recombination deficiency testing in advanced ovarian cancer: description of the ENGOT HRD European initiative. 2021.
- NGOI, N. Y. L.; TAN, D. S. P. The role of homologous recombination deficiency testing in ovarian cancer and its clinical implications: do we need it?. Esmo Open, v. 6, n. 3, p. 100144, 2021.
Equipe Dasa Genômica