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A retina é uma estrutura interna do olho, responsável pela captação da imagem. As retinopatias são doenças da retina, e podem ter diferentes causas.
Algumas das causas das doenças da retina:
- Doenças genéticas
- Doenças vasculares, por exemplo, hipertensão
- Causas metabólicas, como diabetes
- Inflamatórias, como autoimunes.
- Infeciosas, exemplificadas pela toxoplasmose e rubéola
- Traumáticas, como acidentes
- Degenerativas, como envelhecimento na Degeneração macular relacionada à idade
- Tumorais, no caso do retinoblastoma
Algumas Retinopatias
A diabetes e a hipertensão são causas comuns de dano à retina. A retinopatia diabética pode ser prevenida com o controle clínico da diabetes. A retina é alvo da doença microvascular causada pela hiperglicemia.
A retinopatia hipertensiva decorre do aumento da pressão arterial e consequente comprometimento dos vasos sanguíneos da retina.
Retinopatia de prematuridade (é uma doença vaso proliferativa secundária à inadequada vascularização da retina imatura dos recém-nascidos prematuros, que pode levar a cegueira ou a graves sequelas visuais).
Distrofia Retinianas (As distrofias retinianas são um grupo de doenças hereditárias que cursam com disfunção dos fotorreceptores (cones e/ou bastonetes) e consequente dano degenerativo.
As retinopatias hereditárias da retina, dentre elas as distrofias retinianas, constituem um grupo de doenças associadas a perda progressiva da função visual. Os indivíduos afetados possuem alterações genéticas que causam danos a um ou mais tipos de células que compõem a retina. Por exemplo, um indivíduo com distrofia retiniana pode aparentar alterações apenas nas células responsáveis pela visão periférica, conservando a sua visão central. As distrofias retinianas podem ser doenças oculares isoladas ou estarem associadas a manifestações sistêmicas, caracterizando síndromes. O padrão de hereditariedade depende da doença e do gene. Algumas famílias têm vários membros da família afetados, outros são casos isolados. São doenças raras e afetam menos de 1 em cada 4000 indivíduos.
Diagnóstico
As retinopatias são diagnosticadas no consultório no exame oftalmológico. A dilatação das pupilas facilita a observação do fundo de olho.
Nos casos de retinopatia diabética o exame da retina anual mesmo na ausência de sintomas é importante para permitir o tratamento das alterações vasculares no momento adequado.
O oftalmologista dispõe de vários exames subsidiários para avaliar a estrutura e a função da retina como: Retinografias simples, autofluorescentes, fluorescentes, Tomografia de coerência óptica, campo visual, microperimetria, testes eletrofisiológicos e ultrassonografia, entre outros. Isso permite a caracterização e o acompanhamento dos pacientes.
No caso das retinopatias hereditárias o diagnóstico etiológico é essencial e é alcançado através de testes genéticos moleculares. Eles permitem conhecer as bases moleculares da doença, definir a conduta médica de acompanhamento e as vezes de tratamentos específicos e para aconselhamento genético para as famílias.
Algumas medidas terapêuticas para as doenças da retina
- Medidas para controlar a glicemia e a pressão arterial são importantes.
- Para tratar o edema macular e a neovascularização da retina, utilizam-se injeções de medicações antiVEGF nos olhos.
- Fotocoagulação à laser com várias modalidades.
- Cirurgias vitreorretinianas como a vitrectomia e a retinopexia.
- Algumas distrofias se beneficiam de tratamentos específicos. Existe uma terapia gênica já aprovada e em uso para um gene. Muitas pesquisas estão em andamento em busca de tratamentos.
Bibliografia
DISTROFIAS HEREDITÁRIAS DE RETINA – DIAGNÓSTICO GENÉTICO MOLECULAR E ACONSELHAMENTO GENÉTICO; Associação médica Brasileira; Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica, Conselho Brasileiro de Oftalmologia e Sociedade Brasileira de Oftalmologia; Disponível em: https://amb.org.br/wp-content/uploads/2021/08/DISTROFIAS-HEREDITARIAS-DE-RETINA-FINAL-22.02.2021.pdf. Acessado em 04/07/2023.
Maestrini, Heloisa; Fernandes, Luciene: Oliveira, Ana Claudia; Scielo 25 Brasil; Distrofias retinianas da infância; Arquivos brasileiros de oftalmologia, 2004; Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0004-27492004000600005; Acessado em 04/07/2023.