Doenças
Síndrome do X frágil: características, sintomas e diagnóstico
Dra. Michele Patricia Migliavacca
18 de abril de 2022
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A Síndrome do X- Frágil faz parte do espectro de doenças associadas ao gene FMR1 que também inclui a Síndrome de Ataxia e Tremor e Insuficiência Ovariana Precoce.
O que é Síndrome do X frágil?
A Síndrome do X Frágil é um distúrbio do neurodesenvolvimento que cursa com graus variados de deficiência intelectual e/ou alterações comportamentais. O fenótipo é extremamente heterogêneo podendo cursar com macroorquidia, macrocefalia, orelhas anteriorizadas e face alongada.
Quais fatores causam essa síndrome genética?
Na maioria dos casos, a síndrome ocorre devido a uma expansão instável no gene FMR1 que resulta em supressão da transcrição e baixos níveis dessa proteína no cérebro.
A falta desta proteína acarreta diversas alterações no desenvolvimento neuropsicomotor. Estima-se que até 70% dos pacientes com Síndrome do X Frágil também apresentam Transtorno do Espectro Autista.
Sintomas de Síndrome do X frágil
Os sinais de alerta de investigação são :
- Meninos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor ;
- Meninos com Autismo sem causa identificada;
- Meninas com autismo sem causa identificada;
- Famílias com história de atraso no desenvolvimento e padrão sugestivo de herança ligada ao X;
- Mulheres com insuficiência ovariana antes dos 40 anos de idade.
Quais as características dos portadores da doença?
Os meninos afetados geralmente apresentam atraso no desenvolvimento, podem apresentar sintomas de Transtorno do Espectro Autista. O fenótipo clínico também pode cursar com:
- Macrocefalia (medida do perímetro cefálico >p90);
- Fronte ampla (testa grande);
- Orelhas grandes;
- Macroorquidismo (testículos aumentados);
- Estereotipias;
- Convulsão;
- Prolapso de valva mitral.
Diagnóstico
O diagnóstico clínico deve ser suspeitado em pacientes com os sintomas apresentados acima. A confirmação molecular deste diagnóstico pode ser realizado por um exame que consegue identificar a expansão de trinucleotídeos na região promotora do gene FMR1, existem duas metodologias que conseguem identificar essa expansão :
Southern Blot: que consegue identificar os alelos mutados e pré mutados, contudo é uma metodologia pouco disponível atualmente;
PCR para FMR1: que identifica os alelo mutados, pré mutados e os intermediários, é uma técnica de biologia molecular de fácil execução e mais moderna que o Southern Blot;
O resultado do PCR indica o número de repetições que variam :
- até 55 repetições : normal
- de 55 até 200 repetições : pré-mutação
- acima de 200 repetições : mutado.
Tratamento de Síndrome do X frágil
Atualmente não existe uma medicação exclusiva para esta síndrome, os pacientes são orientados a manejar os sintomas de forma individual com terapias de suporte e acompanhamento médico. Por se tratar de uma doença hereditária, o aconselhamento genético com um profissional capacitado é imprescindível.
O aconselhamento genético permite que casais com risco para esta síndrome tenham mais opções de planejamento familiar, como por exemplo optar por um diagnóstico pré-implantacional.
Aplicações da pesquisa genética
A Dasa Genômica oferece exames que podem auxiliar na investigação deste quadro
Dra. Michele Patricia Migliavacca